O que é securitização: conheça mais sobre essa técnica financeira

A securitização é uma técnica financeira que começou nos Estados Unidos nos anos 1970 e ganhou força no Brasil por volta dos anos 90, principalmente com a publicação da Lei 9.514/1997.

Essa lei garantia que quem tinha emprestado dinheiro para a compra de um imóvel, poderia recuperá-lo de volta se o devedor deixasse de pagar. Essa lei estabeleceu base para a securitização de créditos imobiliários no país!

O que é securitização?

A securitização é um processo pelo qual empresas transformam ativos ilíquidos, como dívidas a receber, em títulos negociáveis no mercado financeiro. Além disso, ela representa uma solução acessível que viabiliza a ascensão da economia nacional e democratiza e apoia diversos tipos de negócios.

Dessa maneira, a securitização permite que empresas convertam suas dívidas em um produto financeiro, possibilitando antecipar o recebimento de recursos para financiar seus projetos.

Essa prática também oferece uma forma de proteção para os credores, já que os títulos resultantes dessas dívidas são vendidos a investidores, que recebem o valor total da dívida mais juros quando o crédito é quitado. 

Para os investidores, essa é uma aplicação de longo prazo que gera retorno financeiro por meio do pagamento de juros.

Tipos de securitização

No Brasil, são praticadas quatro modalidades de securitização. A primeira delas é a securitização de créditos financeiros, que envolve empréstimos, financiamentos, leasings e hipotecas, permitindo que as empresas convertam esses ativos em títulos negociáveis no mercado financeiro.

A securitização de ativos empresariais é outra modalidade, na qual os ativos securitizados incluem cheques, duplicatas, parcelamentos, contratos de empréstimo, aluguéis, vendas no cartão de crédito, entre outros. 

Esse processo ajuda as empresas a obterem liquidez imediata ao transformar seus ativos em títulos comercializáveis.

Já a securitização de créditos imobiliários envolve a transformação de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) em títulos negociáveis. 

Essa prática é comum em operações do mercado imobiliário e permite que empresas e instituições financeiras obtenham recursos para novos investimentos.

Por fim, a securitização de créditos do agronegócio se refere à transformação de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) em títulos negociáveis. 

Essa modalidade é importante para o financiamento de atividades relacionadas ao agronegócio, contribuindo para o desenvolvimento desse setor no país.

Quais os benefícios da securitização?

A securitização oferece uma série de benefícios para as empresas que optam por essa estratégia financeira. Um dos principais é a capacidade de transformar ativos ilíquidos em liquidez. 

Além disso, a securitização também melhora o acesso ao crédito para as empresas, transformando os ativos em títulos negociáveis. Assim, as empresas podem obter financiamento com taxas de juros mais vantajosas do que as oferecidas por instituições financeiras tradicionais. 

Por último, a securitização possibilita ter financiamento a custos mais baixos em comparação com outras formas de empréstimo. Sendo assim, a securitização oferece às empresas uma maneira eficaz de obter capital rapidamente, melhorar o acesso ao crédito e financiar projetos a custos mais baixos do que outras formas de empréstimo. 

Transformação de ativos ilíquidos em liquidez

A transformação de ativos ilíquidos em liquidez é um processo essencial para empresas que buscam acesso rápido a capital. 

A securitização desempenha um papel fundamental nesse sentido, permitindo que ativos como faturas não pagas, dívidas de empréstimos e outros ativos difíceis de negociar sejam convertidos em títulos negociáveis no mercado financeiro. 

Essa conversão oferece às empresas a capacidade de acessar capital que de outra forma estaria indisponível, ajudando-as a manter suas operações e a realizar investimentos estratégicos.

Além disso, essa capacidade de transformar ativos em liquidez é importante para investidores que desejam diversificar seus portfólios. Assim, investindo em títulos securitizados, os investidores podem obter retornos atrativos e manter a liquidez necessária para responder a oportunidades de investimento emergentes. 

Melhoria do acesso ao crédito

Uma segunda vantagem da securitização é a melhoria do acesso ao crédito, tanto para empresas quanto para consumidores. 

Isso é possível porque ao transformar ativos em títulos negociáveis, a securitização cria uma nova fonte de financiamento para as empresas, permitindo-lhes obter capital de forma mais fácil e em condições mais favoráveis. 

Além disso, também ajuda a diversificar o perfil de risco dos credores, tornando o mercado de crédito mais resiliente a choques e crises financeiras, já que ao distribuir o risco entre vários investidores, a securitização reduz as chances de inadimplências.

No caso dos consumidores, a securitização também é vantajosa, porque torna mais fácil para as pessoas conseguirem crédito e com juros mais baixos. 

Ao permitir que as instituições financeiras tenham mais acesso ao capital, a securitização pode fazer com que os credores concorram mais entre si, o que pode resultar em melhores condições para quem pede o empréstimo. 

Possibilidade de financiamento a custos mais baixos

A securitização proporciona a possibilidade de financiamento a custos mais baixos para empresas e consumidores.

Ao separar um grupo de contas a receber, a empresa que vende os títulos (originadora) pode obter financiamento a um custo menor do que por meio de outros empréstimos.

Isso acontece porque as contas a receber geralmente têm uma qualidade de crédito melhor do que a própria empresa. Sem a securitização, a empresa teria que se financiar com base em sua própria qualidade de crédito, o que resultaria em custos financeiros mais altos. 

Assim, a securitização possibilita à empresa obter financiamento a custos mais baixos, o que pode impulsionar seus negócios e aumentar seus lucros sem precisar de mais capital próprio.

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